quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

sábado, 14 de novembro de 2009

OItavo boletim

Caros Colegas:

Ao longo do último mês, novos episódios da novela que se iniciou no Verão, envolvendo a PT e a Media Capital – dona da TVI – encheram as páginas dos jornais. A PT, através do seu fundo PT Prestações (evitando assim a supervisão do Instituto de Seguros de Portugal), injectou 55 milhões de euros na Ongoing, o seu 5º principal accionista. Uma ninharia para a PT, que gere fundos no valor de 2,4 mil milhões de euros. Por sua vez, a Ongoing anunciou a intenção de adquirir 35% da Media Capital. Ora, sabendo que a tentativa de compra da Media Capital pela PT, no Verão, foi impedida a nível governamental, após a polémica acerca das tentativas de controlo da comunicação social por parte do governo, isto não podia deixar de parecer, no mínimo, estranho. Se juntarmos a isto a demissão de Jorge Tomé, representante da CGD no comité de investimentos da PT, a divulgação de actas do conselho de administração da PT no “Diário Económico”, jornal detido por Nuno Vasconcelos e Rafael Mora, presidente e vice-presidente da Ongoing e, simultaneamente, administradores da PT, o que percebemos certamente é a completa falta de transparência de todo o processo. No fundo, este é apenas mais um episódio que revela como os meios de comunicação social estão completamente dependentes das decisões do poder económico, que por sua vez também determina as políticas do governo.

Estabelecida que está esta claríssima ligação entre a PT e o Governo de José Sócrates, torna-se simples compreender a falácia apresentada em conjunto sobre a criação de novos postos de trabalho nos igualmente novos call centers de Santo Tirso e Coimbra em que o Governo aparece junto com a PT como grande impulsionadores da criação de emprego em zonas onde este é escasso. Criação de emprego sim, mas apenas em Santo Tirso e claro, emprego precário, que não oferece grande futuro aos trabalhadores. Em Coimbra a falácia é ainda mais gritante, a criação de emprego é nula, o que se passa é apenas a concentração de postos de trabalho num só local. É esta falácia que é preciso desmascarar perante os trabalhadores da PT e perante o grande público. Torna-se cada vez mais necessário tornar conscientes os trabalhadores da PT da gravíssima situação laboral dos seus colegas temporários com contrato com

empresas de trabalho temporário que, muitas vezes, desempenham a mesma função ou outra função no mesmo espaço físico mas cujas condições laborais são radicalmente diferentes. Sensibilizar estes colegas deste problema, para que ganhem consciência da gravidade da situação é o rumo a seguir para que estes se possam juntar a uma luta que não é apenas dos colegas trabalhadores precários, mas que deve ser de todos. Este papel de aproximação dos trabalhadores dentro da empresa cabe, obviamente, aos sindicatos. São estes que tem não só a capacidade mas o dever de informar, criar as dinâmicas e levar as acções de luta a cabo junto dos trabalhadores, da empresa e da população em geral. Esta luta tem de ser de todos e só com sindicatos fortes e dinâmicos à sua cabeça poderemos derrotar o trabalho precário dentro da PT.


O triângulo que nos rouba direitos

O trabalho temporário, cuja paternidade é atribuída a um dos fundadores da Manpower, é caracterizado pela justaposição de dois contratos independentes, distintos quanto ao objecto, aos efeitos e aos sujeitos, mas estritamente ligados entre si numa estrutura triangular: a empresa de trabalho temporário (ETT), a empresa utilizadora, o prestador de trabalho.

A ETT celebra com o trabalhador um contrato de trabalho, designado de contrato de trabalho temporário, mediante o qual o trabalhador se obriga a prestar temporariamente a sua actividade a utilizadores, a cuja autoridade e direcção fica sujeito, mantendo o vínculo laboral à ETT.

Por outro lado, a ETT celebra com um utilizador um contrato de prestação de serviços designado contrato de utilização, pelo qual a ETT se obriga, mediante retribuição, a colocar à disposição do utilizador trabalhadores temporários. Deste regime decorre uma interligação entre o contrato de utilização e o contrato de trabalho temporário, sendo que este só pode ser celebrado na dependência daquele.

O trabalhador temporário colocado à disposição da empresa utilizadora, tem contrato de trabalho com a respectiva empresa fornecedora de trabalho temporário e obriga-se a prestar a sua actividade à empresa utilizadora. Entre o utilizador e o trabalhador não se estabelece qualquer relação laboral formal.

A ETT continuará a exercer o poder disciplinar sobre o trabalhador que presta o trabalho noutra empresa, e continuará também responsável pela regularização da sua retribuição e pela sua situação perante a Segurança Social bem como pelo seguro de acidentes de trabalho.

O lucro da ETT resulta do diferencial do valor cobrado à empresa utilizadora relativamente ao valor efectivamente despendido com o trabalhador cedido temporariamente.


As consequências trágicas do capitalismo exigem uma luta à altura

Não é só o “Zeinal que faz mal”. Os presidentes e directores de grandes empresas regem-se todos pela mesma doutrina: o capitalismo. E quem paga somos nós, os trabalhadores, e mais acentuadamente em épocas de crise.

Vejamos o exemplo da France Telecom (FT), uma empresa que foi semi-privatizada em 1997 e que, desde então, adoptou a política de gestão capitalista: entre 2006 e 2008 foram despedidos cerca de 22000 funcionários (sem grande justificação, dado que os lucros da empresa foram de 4,1 mil milhões de euros em 2008). Com as estratégias de competição desenfreada, a empresa (tal como outras) tem interesse em diminuir o número de funcionários públicos existentes na empresa (cerca de 2/3 dos 100 000 trabalhadores) e substitui-los por trabalhadores jovens, com contratos mais precários e menos direitos. Para “obrigar” à saída dos funcionários públicos ainda existentes, a empresa adoptou métodos de gestão “terroristas”: transferências dos trabalhadores para locais de trabalho a centenas de quilómetros do local de residência, alteração do posto de trabalho, pressão para reformas antecipadas, pressão para aumentar a produtividade, sempre com o risco de perder o emprego. Somos explorados pelo capitalismo, que retira o seu lucro do nosso trabalho. Com a crise, tentam manter os seus lucros explorando-nos mais através da precarização dos contratos de trabalho, diminuição dos salários e aumento dos horários e ritmo de trabalho, conseguindo isso, muitas vezes, através de métodos opressivos.

O resultado salta a vista: 25 suicídios desde Fevereiro de 2008, e algumas tentativas falhadas. A causa, dizem eles, é a incapacidade de adaptação de alguns funcionários às novas tarefas, enfim, vulnerabilidades individuais. Dizem os sindicatos e os trabalhadores: é o stress constante a que são submetidos, a desestabilização pela mudança constante de local e posto de trabalho assim como as exigências de produtividade, sempre sob ameaça de perder o emprego.

Organizaram-se várias manifestações, em Setembro e Outubro, por várias cidades francesas, que em Paris, Marselha e Lyon, ultrapassaram a dezena de milhar de participantes. Estas uniram os trabalhadores com contrato com a FT aos trabalhadores sub-contratados e obrigaram o governo francês a intervir: o número dois da FT foi afastado e o processo de reestruturação da empresa congelado. É uma pequena vitória, que só poderá ser alargada com o continuar da mobilização dos trabalhadores, que através dos seus sindicatos organizem acções unificadoras e combativas, mas marca o início de uma resposta que se ampliada e continuada pode servir para que os trabalhadores se apercebam da força que têm, quando lutam unidos.


Ainda as penalizações das vendas

Abordamos novamente a situação das penalizações do pessoal das vendas, porque é uma injustiça que muito nos afectou e que temos de denunciar.

Como todos sabemos, a PT comunicações tirou muito dinheiro aos seus comunicadores, que justamente o mereciam. Decidimos então exemplificar quanto é que nos tiraram, em média, nas comissões do mês de Setembro, para que não restem dúvidas do peso que esta medida teve nos nossos baixos salários. Cada comunicador que nesse mês tenha feito 12 vendas perdeu cerca de 100 euros, um que tenha feito 24 vendas perdeu 200 euros, ou então um bom comunicador que tenha feito 40 vendas perdeu 340 euros. Isto significa perder de 1/3 a muito mais de metade do valor do salário base, de que precisamos para a nossa vida. Perdemos muito dinheiro que foi para a PT comunicações e seus executivos, e isto não pode continuar assim. Temos todo o direito de receber o dinheiro das vendas, só tomámos conhecimento das penalizações em Outubro, pelo que não nos podem retirar as comissões do mês anterior!

Desafiamos os dirigentes sindicais a que tomem esta questão, que tanto nos afecta, nas suas mãos, exigindo que a PT comunicações pague aos seus trabalhadores as comissões do mês de Setembro.

Façamos esta luta, pelos nossos direitos!

Paguem o que nos devem!





quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Sobre as Penalizações no Serviço de Vendas

Mais uma vez dirigimo-nos ao pessoal das vendas, devido a uma situação recente que são as penalizações.

A PT Comunicações decidiu este mês de Outubro colocar em prática umas certas penalizações para quem não cumprisse algumas politicas da empresa, tais como:

- dizer aos clientes que têm de cumprir o período de fidelização.

- não se lhes poder dizer que têm o primeiro mês para devolver o serviço caso não fiquem satisfeitos.

Se nós não cumprirmos estas obrigações no diálogo com os clientes, ficamos sujeitos a ser dispensados ou retiram-nos muitas das comissões que recebemos ao final de cada mês.

Justificação da empresa: não pode degradar a sua imagem.

Isto foi-nos dado a conhecer no inicio do mês de Outubro, assinado na mesma altura, sem qualquer oposição da parte dos comunicadores.

Mas no entanto a PT Comunicações decidiu aplicar estas penalizações já nas vendas do mês de Setembro, sendo bastante grave para nós comunicadores por ninguém estar a par de que mais tarde nos iam retirar a soma total das vendas que fizemos nesse mês.

Como todos já perceberam, a PT Comunicações roubou-nos mais uma vez e vai continuar a roubar.

Agora nós perguntamos, somos nós ou é a empresa que se anda a degradar a si mesma?

Acham que devemos ficar calados enquanto a empresa lucra com os clientes às nossas custas e depois ainda nos vêm roubar o nosso dinheiro?

Lutemos pelos nossos direitos e juntos venceremos!!!


Sétimo Boletim




PT PrecariAcções Nº 7

Caros Colegas:

Após 4 anos de ferozes ataques aos trabalhadores portugueses por parte do governo Sócrates /PS, este voltou a ganhar as eleições, com uma grande diferença, sem maioria absoluta. Esta pequena vitória foi fruto da contestação dos vários sectores da sociedade às suas políticas de precarização dos vínculos laborais, favorecimento das grandes empresas, como é o caso a PT, em detrimento dos trabalhadores.

Deste resultado eleitoral poderá concluir-se que, apesar do descontentamento generalizado, as lutas até agora travadas foram incipientes para fazer face às ofensivas liberais dos últimos anos. Esta acalmia nas lutas serviu ao governo de bolha de ar, o que lhes permitiu ganhar de novo simpatias quer com as promessas vãs de novos postos de trabalho, criação de emprego e estagnação da crise. Apenas dez dias depois deste resultado eleitoral essas promessas eleitorais de Sócrates foram postas na gaveta.

De facto, o espectro de 400.000 desempregados sem acesso a qualquer subsídio de desemprego no próximo ano paira sobre todos os trabalhadores e a sua angústia aumenta, a privatização de sectores lucrativos do estado está para continuar, tendo seu exemplo a recém anunciada privatização da TAP e da ANA.

Paralelamente, Sócrates vai acenando com os “rebuçados” da criação de novos postos de trabalho sem referir as condições dos mesmos (horários, flexibilidade, salário e direitos).

Exemplos disso mesmo são a abertura do novo Call Center em Santo Tirso e a próxima inauguração do Call Center de Coimbra, aparecendo ambos como soluções para a crise económica que vivemos e como criação de emprego para a região. Sócrates e Zeinal aparecem como os grandes beneméritos da empregabilidade. Ora nada de mais falso.

Frutos das sucessivas alterações laborais a exploração mudou a cara: generalizaram-se as empresas de trabalho temporário onde o trabalho, além de temporário, é livre de direitos e com patrões intermediários. A necessidade de reduzir os custos com o trabalho (ou em linguagem tecnocrática aumentar a produtividade) é evidente e aplaudida pelos “competentes” economistas da nossa praça. Para as empresas, as vantagens são evidentes: por um lado concentram-se na área de negócio principal, delegando outras áreas, como os serviços de atendimento, a empresas especializadas; por outro, reduzem os custos e as responsabilidades com pessoal. Como observa Fernando Ambrioso, sindicalista do sector das telecomunicações, "qualquer semelhança entre as tabelas salariais de uma PT ou dos CTT com as praticadas pelas agências de trabalho temporário, para a mesma função, são pura coincidência".

Dramáticas continuam a ser as condições de vida profundamente desumanas dos trabalhadores deste ramo. Como se viu em França, após a imposição de um plano de reestruturação na France Telecom, o saldo é catastrófico: 24 suicídios em 18 meses. De facto, o sucesso da empresa está longe de motivar os trabalhadores.

Os nossos colegas franceses levantaram os braços para a denúncia da desumanidade do trabalho conseguindo a demissão do número dois da France Telecom e melhorias das condições de trabalho. Foram precisos 24 mortos para esta denúncia, quantos serão precisos em Portugal?


Sabias que:


A taxa de desemprego jovem em Portugal ronda os 18%

52% da mão-de-obra jovem tem contratos a prazo

A taxa de trabalho temporário nos jovens ronda os 22% em Portugal, mais do que nos países da zona euro (16%)

Em Portugal existem 900 mil trabalhadores a recibos verdes

Novo Call Center em Coimbra: mais precariedade, ao estilo de Sócrates e Zeinal

Está para muito breve a abertura do novo Call Center em Coimbra. Será um novo centro de precariedade ao serviço da PT. Seremos mais de 400 num novo espaço, num grande open space onde centenas de pessoas trabalharão ao mesmo tempo. Paredes pintadas, espaços presumivelmente arejados e limpos, bem iluminados. Tudo o que um comunicador deseja, não é? Não! Os intervalos vão continuar a ser ridículos, os salários miseráveis, os contratos mensais, a instabilidade total... Vamos ter uma casa nova, mas vai continuar tudo na mesma. Para além disto, há mais uma coisa que nos deve preocupar a todos. As negociatas entre o senhor Zeinal e o senhor Sócrates. Como todos nos podemos lembrar, na inauguração do Call Center de Santo Tirso, esteve presente o primeiro ministro de Portugal, o senhor José Sócrates, que é o principal responsável pela manutenção das leis que legitimam o trabalho precário e as Empresas de Trabalho Temporário. A pergunta que fazemos é, será que vamos ter também a visita deste senhor a quem tanto devemos? E se a tivermos o que devemos fazer? Devemos todos, em conjunto e a uma só voz, agradecer-lhe a maravilhosa vida que temos, a estabilidade laboral que o seu governo nos proporcionou e, sobretudo, o fantástico futuro que tem pensado para nós em conjunto com o senhor Zeinal? Caros colegas, a resposta parece-nos óbvia. Não nos podemos deixar instrumentalizar. Não podemos permitir que nos exibam como os trabalhadores muito contentes que estão nos call centers. Não podemos aceitar que a verdade seja pintada e disfarçada com os nossos rostos. Criação de emprego? Dar oportunidade aos jovens? Tudo mentiras!! Vidas adiadas! Desperdício de pessoas! Mão de obra altamente qualificada e muito barata!! Isso é o que estes senhores querem de nós!! Basta de Exploração!! Por isso, entendemos que aos Senhor Sócrates e Zeinal o que devemos dizer é apenas: "Exigimos o fim das ETTs!! Exigimos Respeito pelo nosso Trabalho!! Mais estabilidade!! Melhores Salários!! Não Goze Mais Com as Pessoas!! Queremos uma vida melhor!!

A injustiça nas vendas tem de acabar!

Caros colegas, desta vez dirigimo-nos aos trabalhadores das vendas. Queremos começar por dizer que andamos a ser roubados. Como sabem, há muitas vendas que não tem entrado no nosso salário. Temos que receber todas as vendas e acabar com os 75% do objectivo, se vendemos a PT tem que nos pagar. Consideramos que todas as vendas têm que ser registadas no momento da venda, se o cliente aceita temos todo o direito a receber a totalidade dessas vendas.

Vocês acreditam nas desculpas que a PT Comunicações costuma dar? Nós cá não!

Dizem por aí que as vendas não são registadas, ou porque o cliente não atende, ou porque o cliente não quer apresentar os seus dados às equipas de Lisboa, quando a nós os mesmos são fornecidos, ou por incompatibilidade do sistema ou logística, ou então erros da parte dos técnicos. Estas são as mentiras que nos contam! Não nos podemos deixar enganar.

Nós cumprimos o nosso trabalho, porque não cumpre a empresa a sua obrigação?

Isto não pode continuar, paguem-nos aquilo que nos devem.




















quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sexto Boletim




PT PrecariAcções Nº 6








Carrega nas imagens para ver melhor. Faz o download, imprime, e dá a quem quiseres.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O Zeinal Faz Mal

O Zeinal Faz MAl!!!





Esta faixa foi colocada há uma semana e meia em frente ao edifício do mercado da PT em Coimbra. Durou pouco mais de meio dia porque alguém da PT Contact demasiado subserviente a retirou, no que consideramos ser um ataque contra a liberdade de expressão e uma tentativa de silenciar os problemas que ocorrem todos os dias naquele centro. Não nos vamos calar. Não nos vão silenciar. Encontraremos outras formas de manifestar o nosso desagrado e de denunciar publicamente a situação.


quinta-feira, 30 de julho de 2009

Quinto Boletim

PT PrecariAcções nº 5

Sobre a redução de horários:

Já todos conhecem a seguinte história, mas vale a pena conta-la de novo...

Era uma vez um primeiro ministro que não gostava do que uma certa televisão andava a dizer sobre ele, então, farto de tantas calúnias e tantas insídias, ele resolve acabar com o assunto. É então que se lembra que tem um amigo numa grande empresa, onde o estado tem uma golden share, com vontade de entrar no mundo da produção de conteúdos audiovisuais e resolve ter uma conversa com ele

(o diálogo que se segue não é fruto de escutas telefónicas)

Zé - Tô, Zeinal, opá, eu estive a pensar, acho que podíamos matar dois coelhos com uma só cajadada.

Zeinal - Ai sim, pá? Então como?

Zé - Epá, tu podias comprar a TVI, tirava-se de lá aqueles macacos que andam a dizer verdades inconvenientes sobre mim e ficavas com aquela porra pra produzir conteúdos, o que dizes?

Zeinal - Pá, parece-me bem, vou ter de despedir uns precários pra arranjar o dinheiro e tal, mas isso arranja-se sem problemas.

Zé - Pronto pá, trata lá disso então, mas não digas nada a ninguém pra não haver oposição pública.

E assim foi, passados uns meses lá aparece nos jornais que a PT ia comprar 30% da Prisa, empresa espanhola proprietária da tvi, pelo dobro do preço de cotação em bolsa, e, pasme-se, na mesma semana aparecem notícias da despedimentos nos call centers de Beja e Bragança e no nosso centro reduzem o horário de 8 para 6 horas coercivamente a 20 colegas. Coincidência ou não? Bom, para acabar depressa, o negócio veio a público, a negociata do Zé e do Zeinal (especulada por nós e por muitos outros) também e o estado (o Zé) foi obrigado a dizer publicamente que se opunha ao negócio.

Na altura dissemos no blog que as reduções de horários estavam relacionadas com as necessidades da empresa de reduzir despesas e nós somos o elemento mais frágil dentro do universo da empresa. Claro que a associação à compra da tvi é, no mínimo, esticada mas não deixa de nos fazer pensar que motivações podem estar por detrás de decisões de gestão que nos parecem, pelo menos, pouco reflectidas. Não faz sentido uma redução de pessoal nas vésperas de um mais que previsível aumento de tráfego quando é lançado um novo serviço. Nem fazia sentido com o volume de tráfego da altura que, como todos podiam ver, estava claramente a não ser correspondido pelo conjunto dos comunicadores disponíveis no centro. A situação, tão rapidamente apareceu como foi revertida. Uma semana depois as pessoas voltavam às 8 horas, tudo estava resolvido. Inclusive aumentou-se o número de horas a outros colegas. prova de que tinha sido cometido um erro. Resta a dúvida, o que motivou a decisão? Porque se voltou atrás? Preferimos achar que se reconheceu o erro e que se agiu em conformidade para resolver um problema criado.


Sobre o arranque do novo serviço 1820 web:

Arrancou no mês passado o novo serviço 1820 web, com mais responsabilidades, mais complexidade, mas dificuldades, mais malabarismos. E achamos que arrancou mal. A indefinição sobre os conteúdos, a sobreposição com outros serviços da PT, o desconhecimento sobre as chamadas que se podiam ou não passar para o grupo de comunicadores que atendiam o novo serviço, a chuva de chamadas de prova, todos estes factores contribuíram definitivamente para a criação de uma enorme confusão. Por outro lado o grande aumento de chamadas originado pela publicidade ao novo serviço, muitas dessas chamadas de clientes a gozar dado por um lado a índole cómica dos anúncios e por outro o desconhecimento de que o serviço é pago. Todo este processo foi mal conduzido desde o início, um arranque atabalhoado, sem preparação, sem grandes critérios. Mais uma vez somos nós os comunicadores, que somos a primeira linha do serviço, que temos de lidar da maneira possível com esta situação, nem sempre correctamente esclarecidos sobre o que fazer. Somos sempre chamados ao aumento das responsabilidades, mas para o correspondente e justo aumento de remuneração nunca somos chamados.


Sobre os intervalos:

Vive-se o caos dos intervalos. A espera chega aos 40, 50 minutos, uma hora. Já antes facilmente se chegava aos 20, 30 minutos, mas esta situação agravou-se com é o recente aumento de tráfego gerado com os anúncios do novo serviço. De novo quem paga as favas somos nós que temos de aguentar o que for preciso para segurar as filas de espera. Por enquanto é só nos intervalos, de futuro será com horas extra. Insistimos que o antigo sistema de o comunicador gerir o seu próprio intervalo é mais eficiente, mas quem decide prefere insistir na situação. Qualquer dia começamos a levar arrastadeiras para as posições, só para precaver...


Todas estas situações atrás referidas levam-nos a apresentar pela primeira vez neste boletim uma palavra de ordem, fica para a vossa justiça o seu julgamento.

O ZEINAL FAZ MAL!

O Zeinal faz mal quando nos reduz coercivamente o número de horas.

O Zeinal faz mal quando despede.

O Zeinal faz mal quando quer fazer favores ao amigo Sócrates e somos nós que pagamos.

O Zeinal faz mal quando nos trata como gado e nos obriga a esperar 40 e 50 minutos para fazer intervalo.

Exigimos respeito! Exigimos ser tratados como pessoas! Exigimos salários dignos!

Por tudo isto dizemos: O ZEINAL FAZ MAL!



quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sobre a redução coerciva dos turnos de 8 para 6 horas

Caros colegas:

Ainda há dois dias foi pedido a um conjunto de colegas com horário de 8 horas que abdicassem desse horário para um de 6 com a razão de que se o não fizessem pessoas seriam despedidas. Nós queremos vir aqui dizer que este modo de actuação coerciva é inaceitável. Todos sabemos que ninguém quer fazer 8 horas de trabalho e que quem o faz apenas o faz porque precisa muito. Sim, são mais cerca de 100 a 150 euros a mais que não sendo muito faz toda a diferença a quem tem contas para pagar ao fim do mês. O que se soube, porque nunca se sabe nada, porque nunca ninguém se chega à frente para explicar as verdadeiras razões das coisas, é que houve um ultimato por parte de "alguém de lisboa" para reduzir o número de pessoas a fazer 8 horas e fala-se também em despedimentos prováveis em setembro. Caros colegas isto é areia. Quem atende chamadas sabe que de manhã há muito tráfego. À tarde há muito tráfego e à noite as filas de espera chegam ao minuto e meio. Há gente a mais? Não! O que há é necessidade de reduzir despesas e vamos lá mandar os precários para a rua porque são os que valem menos. Pois valemos, valemos 300 euros por dia, cada um. Há coisas nesta empresa muito complicadas de perceber, ou se calhar demasiado simples.

Não há dinheiro para manter 20 pessoas com horário de 8 horas mas vai haver obrigatoriedade de fazer horas extra quando não formos suficientes para responder às filas de espera.

Não há dinheiro para manter 20 precários a ganhar mais uns pós ao fim do mês mas o senhor Zeinal Bava vai dar 150 milhões de euros por 30% de uma empresa que só valem 80 milhões de euros.

Caros colegas, andamos a ser muito bem enganados...

Também se anda a soprar que em setembro com a fusão dos vários centros que haverá redução nos supervisores e pessoas serão despedidas por excedente. Mais areia! Os centros vão funcionar em edifícios separados, sem contacto a vinte metros um do outro. Não vai haver mistura nenhuma, nem nenhuma diferença orgânica com o que há agora. Temos de estar atentos. Não nos podemos deixar enganar.

O que podemos fazer? Dizer não! Dizer não a fazer horas extra quando nos forem pedidas. Dizer não a despedimentos quando há gente a menos no centro! Falar com os sindicatos, saber que resposta podemos dar a esta manobra. Não podemos colaborar com estes modelos de organização!

Temos de estar de olhos bem abertos!!

Quarto Boletim

PT PrecariAcções Nº 4

Caros colegas:


Estamos de volta para continuar a luta. Ultimamente temos assistido a muitas verdades sobre a actual crise económica. Assistimos à revelação dos podres de uma classe política portuguesa em conluio com as elites dirigentes dos bancos e da alta finança com os casos BPN e BPP. A forma como estes senhores tratam os nossos futuros e o que representamos para eles. Somos as alavancas das grandes fortunas, mas continuamos a ser pisados quando se trata dos nossos direitos e de termos uma vida digna. Face a isto a opção que nos resta é lutar. Continuar a resistir, resistir sempre. Temos de afirmar a nossa voz. Fazer perceber que somos muitos, que somos importantes e que queremos uma vida melhor, com um futuro fora desta crise. Entendemos ainda que a nossa luta se deve enquadrar junto das instituições que a podem conduzir. Estamos obviamente a falar dos sindicatos. E sobre este assunto apenas pretendemos repetir o que já dissemos no último boletim. Devemos procurar os sindicatos. Levar-lhes os nossos problemas. Exigir que nos ouçam, que façam assembleias onde discutam os problemas connosco. Pressioná-los para que percebam a nossa luta e ajam em nosso nome. Só com a força dos sindicatos poderemos vencer esta luta!




Sobre as Empresas de Trabalho Temporário:


Há tempos, no nossa primeira aparição, falámos das empresas de trabalho temporário. falámos do quanto ganham com cada um de nós, de quem são, do que fazem. Pensámos voltar à carga neste número. Porque nunca é demais falar sobre aquele que consideramos ser o nosso principal problema. Já muita coisa se disse a propósito das Empresas de Trabalho Temporário. Os 12 euros que ganham à hora por cada um de nós, a indefinição sobre quem decide a percentagem que nós ganhamos do que lhes é pago, e usamos estas palavras porque são eles que ficam com a maior fatia do bolo, a legalidade do contrato de trabalho temporário quando o trabalho que fazemos não é temporário. Mas não é sobre estes pormenores que são de facto pormaiores que vos queremos falar desta vez, mas daquele que consideramos ser o problema central das Empresas de Trabalho Temporário. Ao contrário do que muitos pensam, o tipo de organização do trabalho no nosso Call Center não é um fenómeno isolado ou típico da PT Contact ou mesmo da PT Comunicações. O trabalho temporário, que nós consideramos, obviamente, como trabalho precário, ao contrário do que dizem os senhores da APETT, Associação Portuguesa de Empresas de Trabalho Temporário, que acham que apresentam aos trabalhadores enormes vantagens como maior facilidade de primeiro emprego, com flexibilidade de horários, valorização curricular, organização profissional, e, que espanto, possibilidade de ser recrutado pela empresa empregadora. Caros colegas, alguém vê ou já viu isto na PT Contact? O que nós queremos aqui denunciar é a estratégia de implementação global deste tipo de organização laboral. O trabalho temporário não se confina aos call centers, mas é o futuro da organização do trabalho. Por todo o lado se começa a ver. Basta olhar à nossa volta. Muitos de nós assistiram ao processo dentro da própria PT. A passagem aos contratos temporário com empresas fora do grupo PT, a redução dos salários, a perda dos prémios. Fora da PT a função pública a começar a fazer contratos só a prazo, os recibos verdes. Nas sector privado a mesma coisa. A banca, com os maiores lucros, a não pagar horas extraordinárias e só com contratos a prazo. É este o futuro que os governos e os patrões da Europa com os novos códigos do trabalho, com os ataques aos trabalhadores, com as perdas de direitos, é este futuro que nos querem impor. Um futuro de vidas adiadas, um futuro com a corda ao pescoço até ao fim do mês, um futuro sem poder constituir família, é este o futuro que nos está reservado e é este futuro que temos de combater. É essencial que a reacção contra o trabalho temporário se comece a construir. Temos de dar uma resposta. Temos de dizer não a uma não-vida. Não somos autómatos para render dinheiro a quem nada nos dá. Somos homens e mulheres com ambições e desejos e sonhos. Queremos respeito pelo nosso trabalho! Queremos ser recompensados justamente pelo nosso trabalho! Queremos uma vida melhor!



Outra vez sobre os incentivos à excelência laboral:


Há uns meses falámos aqui sobre a criação por parte da PT Contact dos incentivos à excelência do trabalho e ao cumprimento dos objectivos. Na altura tivemos boa receptividade a esta iniciativa, apontando apenas que entendíamos que o reconhecimento ao nosso bom trabalho se deveria traduzir em aumentos salariais, mas que agradecíamos e apreciávamos o que estava a ser feito. Agora o incentivo oferecido é a entrega de 25 euros em chamadas TMN por mês. Temos que admitir que é um belo incentivo, que para muitos de nós significará a poupança de dinheiro com telemóveis. Contudo reafirmamos o que dissemos da última vez. Apreciamos, agradecemos, mas continuamos a achar que este é o caminho fácil. O melhor para os trabalhadores da PT Contact seria um aumento salarial. Os 25 euros são bem vindos, mas seria positivo poder gastá-los onde quiséssemos e não necessariamente em chamadas telefónicas.


Terceiro Boletim


PT PrecariAcções Nº 3


Caros colegas:


Durante algum tempo estivemos ausentes. A nossa vida precária, com os horários desadequados, as folgas intercaladas, e o esticar do dinheiro até ao fim do mês, impedem-nos de ter uma presença mais constante com este boletim. Tentando mudar um bocado o formato dos primeiros dois, reduzimos o número de eixos e passamos a concentrar a nossa voz apenas num ponto essencial da nossa intervenção. Esperemos que não estranhem esta mudança. Estamos em vésperas de eleições, e aquilo a que se assiste do governo é uma atitude de um total alheamento face aos problemas das pessoas, criados por esta dura crise económica que a todos afecta e que nos põe a nós, os pequenos, a pagar a factura, enquanto os grandes, os banqueiros e os administradores das grandes empresas, os responsáveis pela crise, continuam impávidos e serenos perante a situação, com milhões do governo à sua disposição. Temos de reagir!!


Contratação de 400 novas pessoas:


A PT anunciou recentemente, através do seu presidente, o senhor Zeinal Bava, que iria este ano fazer cerca de 400 novas contratações de pessoal, ao abrigo de programas de recrutamento de jovens licenciados e técnicos. Queríamos dizer que, em vez de querer fazer este tipo de contratações, que olhem para dentro da empresa, para os Call Centers da PT Contact, onde estão muitos jovens licenciados, com elevados conhecimentos e competências técnicas, que podiam ser integrados noutros departamentos da empresa, possivelmente criando mais riqueza para esta e realizando-se mais profissionalmente. Tornando assim desnecessárias estas novas contratações, provavelmente poupando com isso, e criando uma dinâmica de progressão dentro da empresa que contribuiria para melhorar os índices de produtividade e satisfação laboral.



Sobre os novos incentivos à excelência laboral:


Muito recentemente a PT Contact decidiu criar um programa de incentivos à excelência e ao cumprimento de objectivos. Começaram por distribuir pelos comunicadores agendas e pen-drives como recompensa e agradecimento pelo nosso esforço e pela qualidade do nosso trabalho. Não querendo olhar o dente ao cavalo dado, queremos só salientar uma coisa, vemos com bons olhos que a PT crie um sistema de incentivos, vemos com bom grado este novo programa como já víamos o dos bilhetes de cinema, mas não podemos deixar de dizer que o esquema que devia ser implementado não é o de dar uns presentes aos comunicadores quando chega o fim do mês com uma palmadinha nas costas de reconhecimento. O que de facto deveria ser feito, e que não custaria assim tanto à empresa, era um aumento salarial a toda a gente. Isso sim, seria um enorme incentivo à melhoria do desempenho de todos os comunicadores e restantes trabalhadores do Call Center. Mas claro, sai mais barato uns restos de material promocional. Nós dizemos obrigado, mas queremos mais. O verdadeiro incentivo à excelência no trabalho é uma recompensa justa pelo trabalho feito!



Sobre a acção sindical:


Queríamos falar sobre os sindicatos presentes aqui. Nos dois primeiros boletins não abordámos esta temática, por ser delicada por um lado, e por necessidade de abordar outras questões mais urgentes. A ideia geral que temos nós, e cremos que o resto das pessoas aqui, é de que os sindicatos não fazem nada. Esta ideia surge muito pela presença muito pouco visível quer do SINTTAV quer do SINDETELCO, exceptuando esporádicas distribuições de panfletos. Queremos dizer que entendemos que a luta pelos nossos direitos passa sobretudo pela acção dos sindicatos e que é aos sindicatos que cabe liderar as reivindicações por melhores condições de trabalho no panorama geral do trabalho precário nos Call Centers. Para isto, entendemos que terão de ser os próprios trabalhadores, ou seja nós, a pressionar os sindicatos e a exigir destes uma presença mais constante e uma intervenção mais firme junto da direcção da PT. Achamos que os sindicatos podem e devem ter uma presença mais forte e mais combativa pelos nossos direitos junto da empresa e por isso temos de ser nós a pressiona-los para que ajam. De outra forma apenas se perpetuará o actual marasmo da acção sindical nos Call Centers da PT.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Segundo Boletim


PT PrecariAcções Nº 2

Crise? Os ricos que paguem a crise que fizeram!

Todos os dias ouvimos falar em crise. Para nós que aqui trabalhamos, com salários de miséria e condições de trabalho vergonhosas, a crise já a vivemos todos os dias, agora agravada de dia para dia.

Nesta nova vaga de crise, assistimos à nacionalização de instituições financeiras gigantescas em processo de falência pelo mundo fora. Enriquecendo vários anos à custa da exploração da maioria da população e de especulações com dinheiros alheios, os senhores do grande capital afundaram os seus próprios barcos.

Enquanto que para nos pagar melhores salários, para termos melhor Saúde e Educação públicas, para conseguirmos habitação a preço justo, nunca houve dinheiro. quando são os grandes banqueiros e empresários do mundo a pedir “ajuda”, não faltam milhões para continuar a sustentar os seus erros, os seus lucros e os seus luxos!!!

Em Portugal, várias empresas, como por exemplo a PT e GALP, eram públicas e garantiam mais direitos, estabilidade e perspectivas aos seus trabalhadores. Contudo, estas foram privatizadas, com o agravar da exploração e precarização permanente de quem trabalha e o lucro ininterrupto para quem explora. Mas agora que é para os grandes não ficarem “mal”, o estado já pode voltar a intervir. Já vemos com mais clareza qual é a solução do Governo português e de vários outros pelo mundo fora: privatizar os lucros e nacionalizar os prejuízos.

Caros colegas, no final de contas, quem pagou a privatização da PT e quem vai pagar esta crise? Com os “nossos grandes salários” e “as nossas muitas regalias sociais”, nós, os pequeninos, aqueles a quem se pode pedir sempre mais, somos nós que vamos pagar as favas dos erros que há muito tempo têm vindo a ser cometidos pelos grandes deste mundo e os governos que os protegem. Somos nós que já estamos a ser as vítimas do aumento da inflação, somos nós que não vamos ter, mais uma vez, aumentos de salário, somos nós que teremos de trabalhar mais horas quando e como a PT quiser, somos nós que vamos ter de continuar a carregar o fardo de chegar ao fim do mês com nada!

Crise? Os ricos que paguem a crise que fizeram!

Caros colegas, neste segundo número do PT Precariacções queremos começar por agradecer as respostas e ânimo que nos deram todos os que nos escreveram. Muito dissemos no primeiro número, e muito ficou por dizer. O primeiro número foi a primeira pedrada no charco para agitar as águas. É tempo de continuar a denunciar e lutar contra a forma inaceitável como esta empresa trata os seus trabalhadores.

É preciso acabar com a imposição de horários!

Todos sabemos que muitos de nós não têm o horário que queriam. Em particular quem tem que ir para a periferia da cidade, se tivesse um horário a sair quinze minutos antes, muitas vezes já bastaria para poder apanhar um transporte que lhe proporcionasse chegar a casa uma hora mais cedo. De quinze em quinze dias temos que ver se os nossos horários mudaram, sem que as nossas disponibilidades sejam levadas em conta ou que sejamos ouvidos na elaboração da nova escala. Esta postura autista afecta directamente a qualidade do nosso trabalho e a organização da nossa vida fora da sala de atendimento, ao colocar-nos a pressão de ter de repensar a vida de 15 em 15 dias.

Uma boa solução para isto era simplesmente ouvir os comunicadores e em função das disponibilidades de cada um, fazer as escalas de serviço. Fazendo isto, chegar-se-ia à conclusão de que normalmente há pessoas dispostas a trabalhar em todos os horários, satisfazendo as necessidades do centro. Assim, poupavam-se muitas idas ao gabinete do chefe para tentar mudar horários, muitas dores de cabeça devido à insegurança de mudanças quinzenais e não haveria a necessidade de ter sacrificar pessoas com horários ainda mais penalizadores para a sua vida pessoal.

Longa se torna a espera para ir ao intervalo...

Como já dissemos no número anterior, os nossos intervalos são demasiado curtos e que temos que esperar demasiado tempo para os podermos ter. Consideramos inaceitável ter de esperar muitas vezes entre 20 minutos até a 1h para podermos ter intervalo. Chega a dar-se a situação de colegas que acabam até por não ir ao intervalo, porque o seu horário terminou antes que os deixassem ir. Entendemos que nenhuma fila de espera justifica esta situação. É desumano que tal aconteça.

Por isso é preciso aumentar o nosso tempo de intervalo e devolver aos comunicadores a liberdade de irem ao intervalo, quando quiserem. Este sistema já vigorou e sempre funcionou bem. O sistema actual é apenas mais uma medida de controlo e uma forma de nos roubar tempo de intervalo ao qual temos direito.

Queremos head-sets novos!

Desde há dois anos para cá, foram-nos retirados os head-sets que cada um tinha e foi distribuído um head-set por posição, dando ao comunicador apenas as orelhas e o bocal. Esta decisão foi tomada quando a responsabilidade pelos equipamentos passou da PT Comunicações para a PT Contact, tendo subjacente uma lógica exclusivamente economicista de poupança a curto prazo. No entretanto, devido ao uso, por várias pessoas diferentes, num dia dos mesmos equipamentos e sem que estes equipamentos sejam renovados ou tenham qualquer tipo de manutenção, o estado de degradação a que chegaram tornou-os quase inutilizáveis, prejudicando o atendimento individual do comunicador e com ele a qualidade do serviço. No imediato é preciso renovar os head-sets e voltar a colocar a possibilidade de cada comunicador ter o seu próprio equipamento, o que achamos que a longo prazo seria uma medida que permitiria garantir melhores condições de trabalho.

Feriados e folgas de compensação: o direito à escolha!

Hoje em dia, quando trabalhamos aos feriados a única possibilidade de retribuição pelo trabalho realizado nesse dia é a marcação de um dia de folga de compensação. Além de termos de trabalhar no feriado, somos ainda obrigados a gozar o dia de folga correspondente, não quando precisamos dela, mas quando o serviço entende adequado marcá-la. Por isso queremos ter direito ao que é justo e legal, ou seja, pudermos escolher (tal como já aconteceu) entre receber o salário do dia a duplicar ou escolher um dia a gozar quando nos fosse conveniente. Não é pedir muito, é apenas fazer cumprir o nos é devido!

Aqui como noutras questões dentro do “nosso” centro, verificamos que as condições de trabalho têm estado constantemente a piorar ano após ano! Não queremos ser mais pisados, queremos fazer valer os nossos direitos!