quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Sobre as Penalizações no Serviço de Vendas

Mais uma vez dirigimo-nos ao pessoal das vendas, devido a uma situação recente que são as penalizações.

A PT Comunicações decidiu este mês de Outubro colocar em prática umas certas penalizações para quem não cumprisse algumas politicas da empresa, tais como:

- dizer aos clientes que têm de cumprir o período de fidelização.

- não se lhes poder dizer que têm o primeiro mês para devolver o serviço caso não fiquem satisfeitos.

Se nós não cumprirmos estas obrigações no diálogo com os clientes, ficamos sujeitos a ser dispensados ou retiram-nos muitas das comissões que recebemos ao final de cada mês.

Justificação da empresa: não pode degradar a sua imagem.

Isto foi-nos dado a conhecer no inicio do mês de Outubro, assinado na mesma altura, sem qualquer oposição da parte dos comunicadores.

Mas no entanto a PT Comunicações decidiu aplicar estas penalizações já nas vendas do mês de Setembro, sendo bastante grave para nós comunicadores por ninguém estar a par de que mais tarde nos iam retirar a soma total das vendas que fizemos nesse mês.

Como todos já perceberam, a PT Comunicações roubou-nos mais uma vez e vai continuar a roubar.

Agora nós perguntamos, somos nós ou é a empresa que se anda a degradar a si mesma?

Acham que devemos ficar calados enquanto a empresa lucra com os clientes às nossas custas e depois ainda nos vêm roubar o nosso dinheiro?

Lutemos pelos nossos direitos e juntos venceremos!!!


Sétimo Boletim




PT PrecariAcções Nº 7

Caros Colegas:

Após 4 anos de ferozes ataques aos trabalhadores portugueses por parte do governo Sócrates /PS, este voltou a ganhar as eleições, com uma grande diferença, sem maioria absoluta. Esta pequena vitória foi fruto da contestação dos vários sectores da sociedade às suas políticas de precarização dos vínculos laborais, favorecimento das grandes empresas, como é o caso a PT, em detrimento dos trabalhadores.

Deste resultado eleitoral poderá concluir-se que, apesar do descontentamento generalizado, as lutas até agora travadas foram incipientes para fazer face às ofensivas liberais dos últimos anos. Esta acalmia nas lutas serviu ao governo de bolha de ar, o que lhes permitiu ganhar de novo simpatias quer com as promessas vãs de novos postos de trabalho, criação de emprego e estagnação da crise. Apenas dez dias depois deste resultado eleitoral essas promessas eleitorais de Sócrates foram postas na gaveta.

De facto, o espectro de 400.000 desempregados sem acesso a qualquer subsídio de desemprego no próximo ano paira sobre todos os trabalhadores e a sua angústia aumenta, a privatização de sectores lucrativos do estado está para continuar, tendo seu exemplo a recém anunciada privatização da TAP e da ANA.

Paralelamente, Sócrates vai acenando com os “rebuçados” da criação de novos postos de trabalho sem referir as condições dos mesmos (horários, flexibilidade, salário e direitos).

Exemplos disso mesmo são a abertura do novo Call Center em Santo Tirso e a próxima inauguração do Call Center de Coimbra, aparecendo ambos como soluções para a crise económica que vivemos e como criação de emprego para a região. Sócrates e Zeinal aparecem como os grandes beneméritos da empregabilidade. Ora nada de mais falso.

Frutos das sucessivas alterações laborais a exploração mudou a cara: generalizaram-se as empresas de trabalho temporário onde o trabalho, além de temporário, é livre de direitos e com patrões intermediários. A necessidade de reduzir os custos com o trabalho (ou em linguagem tecnocrática aumentar a produtividade) é evidente e aplaudida pelos “competentes” economistas da nossa praça. Para as empresas, as vantagens são evidentes: por um lado concentram-se na área de negócio principal, delegando outras áreas, como os serviços de atendimento, a empresas especializadas; por outro, reduzem os custos e as responsabilidades com pessoal. Como observa Fernando Ambrioso, sindicalista do sector das telecomunicações, "qualquer semelhança entre as tabelas salariais de uma PT ou dos CTT com as praticadas pelas agências de trabalho temporário, para a mesma função, são pura coincidência".

Dramáticas continuam a ser as condições de vida profundamente desumanas dos trabalhadores deste ramo. Como se viu em França, após a imposição de um plano de reestruturação na France Telecom, o saldo é catastrófico: 24 suicídios em 18 meses. De facto, o sucesso da empresa está longe de motivar os trabalhadores.

Os nossos colegas franceses levantaram os braços para a denúncia da desumanidade do trabalho conseguindo a demissão do número dois da France Telecom e melhorias das condições de trabalho. Foram precisos 24 mortos para esta denúncia, quantos serão precisos em Portugal?


Sabias que:


A taxa de desemprego jovem em Portugal ronda os 18%

52% da mão-de-obra jovem tem contratos a prazo

A taxa de trabalho temporário nos jovens ronda os 22% em Portugal, mais do que nos países da zona euro (16%)

Em Portugal existem 900 mil trabalhadores a recibos verdes

Novo Call Center em Coimbra: mais precariedade, ao estilo de Sócrates e Zeinal

Está para muito breve a abertura do novo Call Center em Coimbra. Será um novo centro de precariedade ao serviço da PT. Seremos mais de 400 num novo espaço, num grande open space onde centenas de pessoas trabalharão ao mesmo tempo. Paredes pintadas, espaços presumivelmente arejados e limpos, bem iluminados. Tudo o que um comunicador deseja, não é? Não! Os intervalos vão continuar a ser ridículos, os salários miseráveis, os contratos mensais, a instabilidade total... Vamos ter uma casa nova, mas vai continuar tudo na mesma. Para além disto, há mais uma coisa que nos deve preocupar a todos. As negociatas entre o senhor Zeinal e o senhor Sócrates. Como todos nos podemos lembrar, na inauguração do Call Center de Santo Tirso, esteve presente o primeiro ministro de Portugal, o senhor José Sócrates, que é o principal responsável pela manutenção das leis que legitimam o trabalho precário e as Empresas de Trabalho Temporário. A pergunta que fazemos é, será que vamos ter também a visita deste senhor a quem tanto devemos? E se a tivermos o que devemos fazer? Devemos todos, em conjunto e a uma só voz, agradecer-lhe a maravilhosa vida que temos, a estabilidade laboral que o seu governo nos proporcionou e, sobretudo, o fantástico futuro que tem pensado para nós em conjunto com o senhor Zeinal? Caros colegas, a resposta parece-nos óbvia. Não nos podemos deixar instrumentalizar. Não podemos permitir que nos exibam como os trabalhadores muito contentes que estão nos call centers. Não podemos aceitar que a verdade seja pintada e disfarçada com os nossos rostos. Criação de emprego? Dar oportunidade aos jovens? Tudo mentiras!! Vidas adiadas! Desperdício de pessoas! Mão de obra altamente qualificada e muito barata!! Isso é o que estes senhores querem de nós!! Basta de Exploração!! Por isso, entendemos que aos Senhor Sócrates e Zeinal o que devemos dizer é apenas: "Exigimos o fim das ETTs!! Exigimos Respeito pelo nosso Trabalho!! Mais estabilidade!! Melhores Salários!! Não Goze Mais Com as Pessoas!! Queremos uma vida melhor!!

A injustiça nas vendas tem de acabar!

Caros colegas, desta vez dirigimo-nos aos trabalhadores das vendas. Queremos começar por dizer que andamos a ser roubados. Como sabem, há muitas vendas que não tem entrado no nosso salário. Temos que receber todas as vendas e acabar com os 75% do objectivo, se vendemos a PT tem que nos pagar. Consideramos que todas as vendas têm que ser registadas no momento da venda, se o cliente aceita temos todo o direito a receber a totalidade dessas vendas.

Vocês acreditam nas desculpas que a PT Comunicações costuma dar? Nós cá não!

Dizem por aí que as vendas não são registadas, ou porque o cliente não atende, ou porque o cliente não quer apresentar os seus dados às equipas de Lisboa, quando a nós os mesmos são fornecidos, ou por incompatibilidade do sistema ou logística, ou então erros da parte dos técnicos. Estas são as mentiras que nos contam! Não nos podemos deixar enganar.

Nós cumprimos o nosso trabalho, porque não cumpre a empresa a sua obrigação?

Isto não pode continuar, paguem-nos aquilo que nos devem.